Associações comerciais pedem flexibilização antecipada para o Dia das Mães

Diante da crise econômica ocasionada pelo novo coronavírus (Covid-19), representantes de associações comerciais de Santo André e São Bernardo enviaram uma carta ao Consórcio Intermunicipal do ABC para pedir adiantamento em 13 dias na flexibilização das regras de reabertura do comércio. No documento, apresentaram propostas para a retomada gradual das atividades econômicas já a partir desta segunda-feira (27/4), antes do dia 10, conforme foi estipulado pelo governador do Estado, João Doria.

Para o presidente da Acisbec (Associação Comercial e Empresarial de São Bernardo), Valter Moura, e para o presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André) Pedro Cia Júnior, se aprovada pelo Governo do Estado, a medida auxiliaria os comerciantes na retomada econômica desde já, tendo em vista que poderiam abrir os comércio para o Dia das Mães (10 de maio). “A data é a segunda mais importante para o comércio varejista, todos tem uma expectativa financeira muito grande, não podemos passar em branco, com as portas fechadas”, reclama Cia Júnior.

Na visão do empresário, os comerciantes podem, ainda, manter as recomendações do Ministério da Saúde e do Governo do Estado em fiscalizar aglomeração nos estabelecimentos e manter a higienização dos clientes. “Não são todos os estabelecimentos que estão preparados para o e-commerce (compras via internet), então precisamos retomar o quanto antes, ainda que seja somente em algumas lojas e com restrição de cliente por metro quadrado”, defende.

Para o representante das associações de São Bernardo, se não houver uma resposta por parte das prefeituras, Consórcio ou Estado sobre o pedido da flexibilização, o Dia das Mães de 2020 pode ser considerado como uma calamidade. “Os comércios de rua e shoppings estão fechados e o comércio online ainda é muito incipiente no Brasil, como trabalhar desse jeito?”, questiona. “Não vemos outra possibilidade de ter uma semana maravilhosa como sempre foi, o que vemos é que será uma tragédia em termos de faturamento, uma verdadeira calamidade”, enfatiza.

A situação se complica, ainda, com a flexibilização parcial programada para o dia 11 pelo Governo do Estado, que no ponto de vista dos empresários, deve começar em cidades pequenas, e não deve atingir o ABC. “Os comerciantes estão na expectativa que poderão reabrir seus negócios a partir do dia 11, mas acreditamos que a medida iniciará nas pequenas cidades do interior, e que não deve chegar ao ABC, o que complicará nossa situação”, destaca Valter Moura.

O empresário defende ainda que o resultado disso poderá ser visto já nos próximos dois ou três meses, quando o número de desempregados voltar a subir, resultado do encerramento de muitos negócios na região. “Muitos já encerraram as atividades e outros já estão ameaçando. Mesmo com férias e bancos de horas, as empresas tem muita dificuldade de segurar seus colaboradores, e por isso veremos o resultado lá na frente”, explica. Outro fator que pode afetar o dia-a-dia dos trabalhadores é a redução de salários.

Quarentena mantida até 10 de maio

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